sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O rebaixamento tricolor no Paulistão de 90


Por Gabriel Brito

Bom, pessoal. Depois de muito tempo, este endereço está voltando à ativa. Não sei se o mesmo já foi dito em outros posts, fiquei com preguiça de ver, mas o fato é que retornamos.

E para começar bem, um tema que foi ressuscitado para as atuais discussões futeboleiras: o rebaixamento, ou não, do São Paulo FC no campeonato paulista de 1990.

Como se sabe, o regulamento não formalizava em sua redação os descensos, especificando apenas que os 14 melhores classificados do torneio estariam numa espécie de grupo de elite (denominado grupo 1) do torneio de 91, enquanto que outras dez equipes piores qualificadas comporiam outra chave (grupo 2). Apesar de a distinção dar toda a aparência de 'primeira e segunda divisões', os dois melhores colocados do grupo dos piores qualificados poderiam participar da fase final do certame ao lado de seis equipes advindas do grupo 1.

Com isso, houve respaldo legal na conquista tricolor de 91. No entanto, e com base na histórica tradição brasileira de confusões e obscuridades em torno de regulamentos, ficou a pecha de rebaixado para o clube do Morumbi. O raciocínio não é de se considerar absurdo, já que, apesar de não poder ser configurado oficialmente como tal, houve uma clara despromoção técnica da equipe, que ficou relegada a um 'subgrupo', enquanto que a maioria das equipes se enfrentava em uma chave de evidente superioridade técnica.

Portanto, dá pra dizer que o São Paulo encarou uma segundinha, sim. Não é oficial, mas será que isso será lembrado por torcedores rivais naquelas discussões regadas a álcool? Além do mais, há farta fonte de fatos semelhantes. Nos anos 80, a Taça de Prata enviou representantes às fases finais do Brasileirão da elite, a Taça de Ouro. Em 2000, o mesmo aconteceu na famigerada Copa João Havelange, com equipes até do grupo equivalente à terceira divisão entrando no mata-mata decisivo. E tanto a Taça de Prata quanto os módulos subalternos da JH eram considerados divisões de acesso à elite, ainda que num mesmo ano.

Enfim, os dois lados têm os elementos suficientes para bancar suas teses. O que está claro é que o debate popular dispensa a chancela da cartolagem. Este não é,nem será, o último exemplo. Vide discussões acerca de Mundial da Fifa, Copa Rio, Intercontinentais, Copa União...

Para apimentar, fica aqui um link, que me foi passado pelo jornalista (e brother principalmente) Leandro Iamin, com matéria da Folha de S. Paulo no dia seguinte a São Paulo 6 x 1 Noroeste, jogo que, apesar do resultado, confirmou a 'classificação' tricolor para o subgrupo do Paulistão 91. Talvez reflita o espírito da coisa.



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