Por Gabriel Brito
Deixemos de lado nossas preferências clubísticas e futebolísticas. Parece indiscutível o fato de Adriano ter sido a mais impactante contratação da nova temporada do futebol brasileiro. Pode acabar se revelando um fiasco ao final de seu período no São Paulo, mas seguramente foi a compra mais quente do movimentado mercado de verão.
O que deve sim ser discutida é a forma com que se trata a dita fase de reabilitação do por ora ex-artilheiro. Estão todos cansados de saber dos excessos e fanfarronices promovidas pelo jogador, prontamente assumidas pelo próprio assim que vestiu a camisa 10 tricolor. Sendo assim, não precisamos rememorá-las.
Necessário talvez seja lembrar a única coisa que Adriano pediu aos jornalistas: deixem de lado o apelido Imperador. Ora, se o próprio atleta faz tal pedido, porque afinal de contas é tão difícil que se respeite? Vender jornal, ganhar audiência, puxar o saco, iludir a torcida? Não sei, só sei que o desejo do jogador, de ser chamado simplesmente pelo nome, poderia ser atendido com mais facilidade.
Engraçado é ver a própria mídia dizer por todos os lados que a vida privada do atacante (que tanto já foi exposta e explorada) é problema só dele, e o que faz na noite ou com quem sai também. Sim, porque depois os mesmos sujeitos publicam fotos do jogador com uma lata de cerveja na mão, acompanhada de matéria explicando todos os detalhes do que se passava no local.
Se quiser voltar a jogar e viver em paz, Adriano infelizmente terá de abrir mão de alguns prazeres da vida pessoal, pois gente para vigiá-lo e delatá-lo é o que não falta. E a imprensa, sempre seduzida pela repercussão que pode-se ter do caso, não resiste em estampar no dia seguinte a imagem do centroavante e de quantas loiras estiverem acompanhando-o (sejam as de beber, sejam as de comer).
Coléra lusitana
Há 13 anos